quarta-feira, 15 de abril de 2009

História do Inter é recheada por grandes treinadores

por Dassler Marques

Há grandes esquadrões que, de tão bons, levantam taças, independente de quem esteja no comando. É o caso do Rolo Compressor, que entre as seis temporadas do hexacampeonato gaúcho, teve oito técnicos diferentes. Mas não costuma ser assim sempre e o Internacional, em 100 anos de história, teve alguns grandes treinadores à frente de suas equipes.

É o caso de Francisco Duarte Júnior, mais conhecido como Teté, o grande comandante do Rolinho, que seria o sucessor do Rolo Compressor. De tão bom que era o treinador, a equipe virou a Máquina do Teté, tetracampeã gaúcha entre 50 e 53.

Abel Braga conquistou as taças mais importantes do Internacional

Nas linhas abaixo, o Terra continua sua série de especiais sobre o centenário do Sport Club Internacional, com os cinco principais treinadores da história colorada.


Francisco Duarte Júnior

Homem de origens ligadas ao militarismo, Francisco Duarte Júnior chegou a ser major do Regimento de Pelotas, mas obteve sua condecoração máxima como treinador. Dirigiu Farroupilha, Brasil de Pelotas, Guarany de Bagé, General Osório, Cruzeiro, Nacional e, finalmente, o Sport Club Internacional, que lhe rendeu o apelido de Marechal das Vitórias Coloradas.

Teté, como era mais conhecido, foi o treinador do Rolinho, que conseguiu ser quase tão bom quanto a equipe que sucedeu, o Rolo Compressor. Permaneceu à frente do Inter entre 1950 e 57, tendo conquistado três dos quatro títulos gaúchos consecutivos na década de 50. Ainda voltou a vencer o Estadual em 55 e foi um dos raros casos de técnicos da Seleção Brasileira que, naquela época, não era carioca.

Com vários jogadores de sua equipe, a Máquina do Teté conquistou o primeiro título internacional da história da Seleção: os Jogos Pan-Americanos de 1956, no México. Em 1960, ainda retornou ao Inter, em uma curta passagem perto de tudo que conseguira na década anterior.


Daltro Menezes

Treinador do Inter por quase quatro temporadas inteiras, entre 1968 e 71, Daltro Menezes construiu sua reputação, especialmente, pelos trabalhos que fez no Rio Grande do Sul. Como gaúcho, não negava seu DNA e é lembrado como o primeiro comandante a fazer os colorados jogarem o que se chamava de futebol de força.

A divisão de estilos de se jogar futebol fez com que Daltro precisasse administrar uma crise envolvendo Bráulio, um dos principais jogadores do Inter na época. Havia quem pedisse a cabeça do craque, pois significava uma forma pouco eficiente de jogar, e também quem o defendesse com vigor.

Como indica o tricampeonato gaúcho de 69 a 71, Daltro Menezes teve sucesso em suas preferências. Depois, ainda dirigiria clubes como Juventude, Ceará, Vitória e, também, o rival Grêmio.


Rubens Minelli

A combinação quase perfeita entre as partes tática e técnica marcou a carreira de Rubens Minelli, que além de fazer história com Palmeiras, São Paulo e outros clubes, teve uma passagem marcante pelo Internacional, solidificando sua carreira no Beira-Rio e sendo o mentor da equipe que dominou o futebol brasileiro na década de 70.

Se Manga, Falcão, Carpegiani, Figueroa e todos os ícones do Inter entraram para a história, parte disso se deve ao trabalho meticuloso e dedicado de Minelli, que era tido por muitos como um treinador à frente do seu tempo no entendimento do futebol.

Isso tudo fez do Inter um time duro de ser batido, tanto que teve, em 1976, o melhor aproveitamento da história de um campeão brasileiro. Um ano antes, daria aos colorados o primeiro título nacional, graças ao "gol iluminado" de Figueroa. Minelli ainda foi tricampeão gaúcho, entre 74 e 76.


Ênio Andrade

Conhecido como um dos grandes campeões do futebol brasileiro, o treinador Ênio Andrade conquistou um de seus títulos nacionais sob o comando do Internacional, ratificando o rótulo de estrategista. Foi com o clube colorado que se notabilizou como o único a vencer o Brasileiro de forma invicta, em 79.

Depois do bicampeonato com Minelli em 75-76, Ênio recebeu a missão de reconstruir a equipe com novos jogadores, o que conseguiu realizar muito bem. Rapidamente, as indicações do treinador foram absorvidas e o que se viu em campo foi um time praticamente imbatível.

Ênio ainda foi campeão nacional com o Grêmio, em 81, e com o Coritiba, em 85, mas jamais deixou de ter sua imagem ligada ao Inter. Tanto é verdade que retornou ao Beira-Rio em outras quatro oportunidades: 1987, 1990 e 1993, sem repetir o mesmo sucesso.


Abel Braga

Com cinco passagens pelo Internacional no currículo, Abel Braga já estaria na história do clube apenas por isso. Mas o apaixonado treinador ainda comandou os colorados na inesquecível temporada de 2006, ano em que esqueceu os vice-campeonatos de Copa do Brasil que trazia com Flamengo e Fluminense para, depois de ainda perder o Campeonato Gaúcho para o Grêmio, escrever a história: campeão da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes.

No biênio 88-89, em sua primeira passagem pelo Inter, Abel foi vice-campeão brasileiro e, em seguida, levou o clube à semifinal da Libertadores. Nos difíceis anos 90 dos colorados, ainda retornou em duas oportunidades, mas sem sucesso.

Em 2007, deixou o clube depois de ser eliminado na primeira fase da Libertadores e sem chegar às finais do Campeonato Gaúcho. Voltou poucas semanas após Alexandre Gallo ser demitido e ainda ganhou um Estadual. Predestinado, Abel sempre peitou os críticos e defendeu Adriano Gabiru: dito e feito, o jogador fez o gol do maior título do Internacional em 100 anos de vida.

Fonte: Terra Esportes

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